RAIO-X: LDU x Fluminense
Confira a comparação, jogador por jogador, das duas equipes para o primeiro confronto para decidir o campeão da Taça Libertadores
Fluminense e LDU começam a decidir a final da Libertadores na próxima quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), em Quito. As duas equipes se enfrentaram na primeira fase do campeonato. Em Quito, empate sem gols. No jogo da volta, o Tricolor venceu a LDU por 1 a 0, mas a equipe equatoriana jogou com um time quase todo reserva.
Ambas as equipes estão se poupando nas competições nacionais visando ao titulo inédito da Taça Libertadores - LDU e Fluminense chegam pela primeira vez à decisão da competição. No entanto, vivem momentos distintos. Sempre com reservas, o time carioca ocupa a lanterna do Brasileirão de sete rodadas. A equipe equatoriana, por sua vez, poupou titulares no último fim de semana e perdeu por 2 a 1 para o El Nacional, mas é vice-líder do campeonato.
O segundo e decisivo jogo será no dia 2 de julho, no Maracanã, no mesmo horário. A TV Globo e o SporTV transmitem as duas partidas ao vivo, e você acompanha todos os detalhes em Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM.
Goleiro:
Cevallos: O goleiro titular da seleção equatoriana tem bom reflexo e é arrojado. Já se destacou nesta Libertadores, principalmente quando brilhou na disputa de pênaltis contra o San Lorenzo, nas quartas-de-final. Hoje com 37 anos, era titular do time do Barcelona de Guayaquil, que perdeu a final da Libertadores de 1998 para o Vasco. Dez anos depois, busca um desfecho diferente.
Fernando Henrique: Chega à decisão como um dos principais, senão o principal responsável pelo sucesso do Fluminense na competição. Fechou o gol contra São Paulo e Boca Juniors, além de mostrar serviço também no Brasileirão. Está com os reflexos em dia, e uma boa atuação na final deve acabar de vez com a desconfiança da torcida, que ainda guarda na lembrança falhas de um passado nem tão distante.
Quem leva vantagem: Fluminense
Lateral-direito:
David Guerrón: É a principal válvula de escape da LDU. Titular da seleção equatoriana, o ala-direito tem muita velocidade e facilidade no drible. No primeiro jogo entre os dois times, em Quito, Guerrón deu muito trabalho a Junior César. O lateral do Flu, inclusive, já disse que espera um grande duelo na lateral do campo. O ala é muito importante na saída de bola pelo flanco direito.
Gabriel: É eficiente no apoio ao ataque, embora não esteja chegando constantemente à linha de fundo, preferindo entrar pelo meio. Tem ótima técnica e chuta bem, mas peca na marcação e, às vezes, parece disperso em campo. Cresceu de produção ao longo do torneio, mas está aquém do jogador que a torcida viu em 2005.
Quem leva vantagem: LDU
Zagueiro central:
Rolando Campos: Zagueiro com grande facilidade na antecipação, Campos é um dos jogadores que estiveram presentes nas últimas duas conquistas nacionais da LDU, o Apertura de 2005 e o Campeonato Equatoriano de 2007. Fecha a defesa junto com Norberto Araujo e Renán Calle.
Thiago Silva: O melhor jogador do Flu. Tem excelente senso de colocação e antecipação. É preciso no desarme e, apesar e não ser muito alto (1,83m), também nas bolas altas. Leva perigo na área adversária e sabe sair jogando, o que muitas vezes liga um contra-ataque. Seu chute potente é uma arma a mais. Fez, até a decisão, uma Libertadores impecável.
Quem leva vantagem: Fluminense
Quarto zagueiro:
Renán Calle: Seu jogo é mais baseado na força do que o de seus companheiros de defesa. Muito bom pelo alto, o defensor de 31 anos completa a experiente linha de três zagueiros da Liga de Quito. No entanto, não é muito veloz.
Luiz Alberto: Líder do Flu dentro e fora de campo, o capitão é quem faz o "trabalho sujo" na zaga. Costuma chegar mais duro do que Thiago Silva, mas é leal. Seguro tanto pelo alto como nas bolas rasteiras, costuma ter um pouco mais de dificuldade quando pega pela frente atacantes rápidos.
Quem leva vantagem: Fluminense
Lateral-esquerdo:
Ambrossi: Embora não tão importante quanto Guerrón, o ala-esquerdo é uma peça muito utilizada no time da LDU. Como a característica da equipe é de cair pelas pontas, Ambrossi é o principal escape pela esquerda. Costuma receber a ajuda de Bolaños por aquele lado, já que o meia encosta para fazer tabelas e jogadas trabalhadas.
Junior Cesar: É um dos destaques do time na Libertadores. Sua velocidade impressiona tanto nos contra-ataques como no momento de recompor a defesa. Com seriedade, conquistou a torcida, que pegava no seu pé quando subiu dos juniores. O maior defeito é a pouca precisão nos cruzamentos. Sua baixa estatura (1,66m) também por vezes torna bolas alçadas sobre a área mais perigosas.
Quem leva vantagem: empate
Análise tática da defesa:
LDU: Os zagueiros se completam na sua linha de três jogadores. O líbero Norberto Araujo é o líder da defesa e costuma orientar os companheiros. Rolando Campos tem maior facilidade na antecipação, enquanto Renán Calle é importante para afastar o perigo que vem pelo alto. É devido à cobertura eficiente da defesa que os dois alas, Guerrón e Ambrossi, têm liberdade para apoiar. No entanto, podem se complicar se ficarem no mano-a-mano, como no jogo de estréia da Libertadores contra o Fluminense.
Fluminense: A defesa é o ponte forte da equipe. Quando joga fora, Renato escala Ygor na sobra, como terceiro zagueiro, enquanto Luiz Alberto e Thiago Silva matam as jogadas adversárias ainda na intermediária. O esquema favorece a subida dos laterais. Precisa tomar cuidado com eventuais rebotes de Fernando Henrique.
Primeiro volante:
Norberto Araujo: Na verdade, o jogador não é um volante, mas sim um zagueiro que atua como líbero. Argentino, é o grande líder do sistema defensivo. Aos 29 anos, suas principais características são o jogo limpo e a sua velocidade. Com 1,84m, também é bom no jogo aéreo. É importante na saída de bola do time equatoriano.
Ygor: É considerado o ponto fraco do time, embora conte com a eterna confiança de Renato Gaúcho. Desfalcou o time em Buenos Aires e fez falta. Joga com disposição e seriedade e precisa se desdobrar para segurar um meio-campo que, dependendo da escalação, é pouco marcador. Porém, o que sobra de vontade lhe falta em técnica.
Quem leva vantagem: LDU
Segundo volante:
Enrique Vera: Volante titular da seleção paraguaia que venceu o Brasil por 2 a 0, Vera é conhecido por ser um incansável dentro de campo. Além disso, tem a característica de chegar muito ao ataque para apoiar os armadores e de roubar bolas no campo ofensivo do seu time.
Arouca: Antigo xodó da torcida, caiu muito de rendimento e já não é titular absoluto, embora tenha reconquistado a posição contra o São Paulo. Sua entrada é opção para melhorar a marcação e o passe, a fim de levar o Flu à frente. Quando ele joga, Gabriel tem mais liberdade para apoiar o ataque.
Quem leva vantagem: LDU
Meia:
Javier Urrutia: Capitão da LDU e grande líder da equipe. Volante de origem e na escalação, na prática atua facilmente como meia. É muito dinâmico e também tem característica de chegar à frente. A prova é o belo gol que marcou pela seleção equatoriana contra a Argentina, em um chute certeiro da entrada da área.
Cícero: É o verdadeiro curinga do time. Sua posição de origem é de segundo ou terceiro homem de meio-campo, mas até de centroavante já jogou. Tem bom passe, chuta forte e, principalmente, conta com uma cabeçada mortal. Porém, assim como Gabriel, às vezes parece meio desligado no jogo e perde bolas fáceis, propiciando perigosos contra-ataques.
Quem leva vantagem: empate
Meia:
Bolaños: Habilidoso, é o principal armador de jogadas pelo meio-campo da LDU. Cai pela direita e pela esquerda, ajudando os alas Ambrossi e Guerrón, principalmente o primeiro. Gosta de fazer tabelas e é um dos artilheiros da Liga nesta Libertadores, tendo marcado quatro gols até chegar à decisão.
Thiago Neves: É outro que não está em boa fase, tendo caído muito de produção em relação às atuações de 2007 e do início do ano. Dribla bem, tem chute preciso e é esperança da torcida nas cobranças de falta e escanteio. Mesmo sem ter jogado bem contra o Boca, foi decisivo em Buenos Aires, cruzando para o primeiro gol e marcando o segundo, com a colaboração de Migliore.
Quem leva vantagem: empate
Análise tática do meio-campo:
LDU: É o ponto forte da equipe equatoriana. Vera e Urrutia formam uma dupla de volantes de qualidade e bom passe, além de chegarem ao ataque. Bolaños é o armador, mas costuma cair pelas alas para fazer jogadas com os alas Guerrón e Ambrossi, esses sim as principais armas ofensivas da equipe. É um meio-campo paciente, que não se afoba, principalmente jogando em Quito, e costuma chegar bem à frente para municiar os atacantes Manso e Bieler.
Fluminense: Com a dupla Arouca e Cícero na cabeça-de-área, a saída para o contra-ataque ganha qualidade, mas o time perde na recuperação da posse de bola. As jogadas de maior perigo saem dos pés de Conca, seja nas tabelas com Junior Cesar, seja em seus toques precisos para o ataque. Thiago Neves também tem liberdade para se movimentar. Carrega mais a bola do que o companheiro e cria jogadas na frente, mas Renato Gaúcho cobra muito que os dois façam o primeiro combate na saída de bola.
Atacante:
Damián Manso: É o atacante que mais se movimenta, especialmente pelas pontas. Atua um pouco atrás de Bieler, que é o centroavante do time. Não é goleador, mas costuma levar perigo aos adversários. Ainda assim, fez o gol que levou a disputa contra o San Lorenzo para os pênaltis. Com apenas 1,70m de altura, não é forte no jogo aéreo, mas possui velocidade e habilidade.
Conca: Ao contrário de Thiago Neves, cresceu muito na reta decisiva da Libertadores, principalmente nos jogos contra o São Paulo e Boca Juniors. Tornou-se o motor do time, mostrando preparo físico e vontade invejáveis. Tem excelente visão de jogo, distribui muito bem as jogadas e chuta com veneno, apesar da pouca força.
Quem leva vantagem: Fluminense
Centroavante:
Claudio Bieler: Aos 24 anos, Bieler é o centroavante e maior esperança de gols do time da LDU. É também a melhor opção ofensiva para o jogo aéreo, já que tem 1,83m de altura. Costuma ser municiado por Manso, Bolaños e Guerrón, os três principais criadores de jogadas do time.
Washington: Clássico atacante-pivô. É pouco habilidoso, mas tem bom domínio de bola para matar bolas "quadradas" e sabe o que fazer dentro da área. É bom no chute com as duas pernas e, principalmente, no cabeceio, como o que garantiu a classificação do Flu para a semifinal da Libertadores contra o São Paulo. Também tem treinado faltas, o que deu resultado contra o Boca Juniors, no gol de empate tricolor.
Quem leva vantagem: Fluminense
Análise tática do ataque:
LDU: Formada por dois argentinos, a linha de atacantes da LDU usa jogadores com características complementares. Enquanto Manso é o velocista que se movimenta, cai pelas pontas e busca municiar seu companheiro, Bieler é o centroavante que confia na força e na sua capacidade de proteger a bola para marcar.
Fluminense: Washington mais uma vez será o único atacante de ofício. Resta saber se Thiago Neves, Conca e Cícero terão liberdade para chegar ao ataque. Isso faria com que ganhe força o papel de pivô do camisa 9, de costas para o gol, ajeitando a bola para os chutes de longe. O centroavante usa sua estatura para aproveitar as cobranças de escanteio e falta do camisa 10 tricolor.
Técnico:
Edgardo Bauza: Técnico campeão equatoriano com a LDU em 2007, Bauza arma o time em um esquema 3-5-2. Aposta muito na altitude e na ajuda de sua torcida, e seu time joga de forma mais ofensiva dentro de casa. No entanto, também colecionou bons resultados fora de seus domínios, como os empates em 1 a 1 com o San Lorenzo, pelas quartas-de-final, e com o América-MEX, pelas semifinais da Libertadores. Assim como Renato Gaúcho, é adepto de algumas declarações desnecessárias, como dizer que o Boca ia atropelar o Fluminense nas semifinais.
Renato Gaúcho: Demonstra ter o grupo nas mãos e vem evoluindo como treinador. Sua vibração à beira do campo muitas vezes contagia os jogadores, embora também enerve os mais inexperientes. Peca por mostrar vaidade em algumas atitudes. Tem dado declarações polêmicas como "Prazer, Boca. Fluminense" e "Vamos brincar no Brasileirão". Geralmente é conservador ao escalar a equipe, mas sabe ser ousado quando necessário. Seus times não apresentam um variado leque de jogadas ensaiadas, mas a força aérea é treinada à exaustão.
Quem leva vantagem: empate
Banco:
LDU: Na decisão da Libertadores não há vantagem por gol feito fora de casa, o que pode fazer com que Edgardo Bauza não reforce a sua opção por fechar a equipe se estiver conseguindo um bom resultado, já que ele costuma mexer na frente para a entrada de meias ou volantes. Para isso, tem a opção de usar jogadores como Francisco Araujo e Javier Vaca, que tornaram o time mais defensivo para segurar o 0 a 0 com o América-MEX, resultado que levava os equatorianos à final. Por isso, pode optar por um banco mais ofensivo, apesar das poucas opções. Além de Javier Delgado, que costuma entrar no decorrer dos jogos, Iván Kaviedes, principalmente, e Victor Estupiñán podem ser relacionados para a reserva.
Fluminense: Dodô é a principal arma tricolor no banco de reservas. Contra o São Paulo, entrou para fazer o segundo gol do Flu e iniciar a reação no Maracanã. Diante do Boca, também no Rio, mudou o ritmo do time e marcou o terceiro gol, que sacramentou a vaga na final da Libertadores. O atacante deixa claro que não está satisfeito com a condição de suplente, mas nas poucas vezes em que foi titular não apresentou o mesmo rendimento. Ainda no ataque, o veloz Tartá, recuperado de lesão, e Alan, ambos revelados em Xerém, são os nomes além de Dodô. O experiente Roger, uma espécie de segundo capitão do time, é a opção para a defesa. Não há armadores à disposição. Maurício tem sido o preferido para a cabeça-de-área.
0 comentários:
Postar um comentário