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Notícias do Fluminense

Pela igualdade de direitos. Mas com equilíbrio.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007


Decidiram que 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. Tudo começou quando mais de 100 mulheres morreram queimadas em uma indústria têxtil em Nova York. Elas reivindicavam jornada de trabalho igual a dos homens.

A data simboliza a luta feminina por igualdade de direitos e o fim da violência contra a mulher, e foi oficializada em 1910. Ainda hoje, as diferenças existem: apesar da carga horária ser praticamente a mesma, elas recebem menos. A grosso modo, 60% das vítimas de violência são mulheres. Enfim, é possível apontar injustiças sob diversos aspectos.


A especialista no tema Juliana Destro vai além na explicação. "O Dia Internacional da Mulher não existe por este motivo específico. O episódio das mulheres que morreram na fábrica de Nova York é verídico, mas corresponde apenas a um dos fatores. De qualquer forma, é essa explicação divulgada por ai.

Outra coisa é a questão da discriminação. O movimento de mulheres, feministas ou não, é totalmente articulado com a sociedade. Isso significa que os assuntos abordados e reivindicações não se limitam a questão de gênero".

A parte "fique por dentro" do texto termina aqui. Pessoalmente, tenho medo desse tipo de "dia internacional", pelo simples fato de reforçar as diferenças - quando deveria ser o contrário. É preciso deixar claro que o 8 de março é uma "oficialização", quando na verdade, todo dia é dia de todo mundo. Especialmente das mulheres.

Isso posto, hora de descontrair.

Durante décadas, as mulheres lutam para alcançar a mesma posição dos homens. E cá pra nós, conseguiram. Mostraram competência e já ocupam vagas que, outrora, eram exclusivamente masculinas. Comandam grandes empresas, jogam futebol, trabalham como frentista, motorista de ônibus... Resumidamente: agem praticamente como os homens.

Talvez por isso tenham aprendido com eles a pensar os relacionamentos.

Até bem pouco tempo, os homens eram todos uns canalhas sem coração. Querem apenas aproveitar do momento e se divertir, e não dão a menor pelota para sentimentos mais sinceros quando eles aparecem. Tudo bem, o "até bem pouco tempo" corresponde ao instante em que você começou a ler esse texto.

Pois aí está mais um aspecto, digamos, "masculino", onde as mulheres também ocupam espaço. Já existem aquelas que não precisam de homem pra nada. Talvez apenas para se divertir. Elas já não tem o menor pudor ao gritar "gostooooso" na rua, arrotando independência e desprendimento.

"Ah, vai. Não é assim. Ainda sonhamos com aquele cara bacana, que me entenda, que saiba respeitar a mim e ao que eu sinto", etc, etc. Eu acredito em duendes. Tente demonstrar toda sua gentileza, paciência, presteza e afins e você vai ouvir um "como é bom ter um amigo como você". Não há nada mais cruel. Não duvide: muitas fazem isso de propósito.

Afinal de contas, os homens não passam de seres praticamente acéfalos, que curtem futebol, cerveja e carros modificados. Sabem exatamente o que fazer com aquilo que carregam no meio das pernas. Igualdade de direitos, oras: elas também aprenderam como é, e é isso que as mulheres querem. Nada de bobocas muito bonzinhos para levar no colo, idolatrar, colocar no pedestal...

"Puxa, vejam que pessoa rara. Tão bonzinho...". Se você já ouviu isso, sinto muito, amiguinho: está no mesmo patamar das criancinhas do primário. Se serve de consolo, ainda é possível alguém se apaixonar por pessoas assim. Por uma razão simples: paixão não se escolhe, simplesmente acontece.

Se bem que isso também está acabando. Se os homens buscam mulheres submissas, daquelas que lavam, passam, cuidam da casa, das crianças, e ainda oferecem prazeres sexuais... Pra quê correr o risco de se apaixonar por um cururu qualquer, pensar que achou o cara certo e no fim perder tempo ao lado de uma encrenca?

Direitos iguais, meu chapa. A palavra de ordem é "segurança". Sem essa de amor à primeira vista: o negócio é achar alguém solto no mercado que dê pro gasto, mas que possa bancar o provedor. É bem mais cômodo. Com o tempo, dá até pra aprender a gostar do cidadão.

Podem me chamar de idealista, ingênuo, despreparado, estranho... O que for. De verdade, respeito toda forma de vida. Só acho uma lástima constatar que a competitividade do mundo corporativo tenha contaminado os relacionamentos, transformando-os nessa mescla de joguinhos fúteis e dizimando os conceitos de amor, equilíbrio, compreensão... Felicidade, por que não.

Se alguém consegue viver feliz sem isso, parabéns. Aos demais, fica a frase genial da Déa: "Não pretendo encontrar um mundo dos diferentes como eu para viver. Mas procuro alguém que saiba apreciar e queira viver com alguém diferente como eu".

Para terminar, mais algumas observações da Juliana: "o fato de dizer que algumas mulheres estão tendo comportamentos masculinos é como afirmar que eles existem de forma natural. Ou seja, que homens e mulheres adquirem comportamentos diferentes por questões biológicas, quando na verdade são questões sociais.

Bem, só queria dizer para você não ficar triste, que eu sei que existem pessoas que pensam como você!"

Amém.

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