Decisão com pinta de filme épico
Fluminense recebe a LDU precisando vencer por pelo menos dois gols de diferença,por mais uma virada na Libertadores
O Fluminense enfrenta a LDU nesta quarta-feira, às 21h50m, no Maracanã, na decisão da Libertadores, a partida mais importante dos 106 anos da história do Tricolor. No primeiro jogo, disputado em Quito, na quarta passada, os equatorianos venceram por 4 a 2, e agora podem perder por um gol de diferença que mesmo assim ficarão com a taça. O Fluminense precisa vencer por uma diferença de pelo menos dois gols, para levar o jogo à prorrogação. Se no tempo complementar não houver um vencedor, o título será decidido nos pênaltis.
A Rede Globo transmite a partida ao vivo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real a partir das 21h.
Esta é a terceira participação do Fluminense na principal competição continental. Nas duas primeiras – em 1971 e 1985 – o time sequer passou pela primeira fase. Este ano, depois de se classificar como melhor equipe dentre as 32 da fase inicial, os comandados de Renato Gaúcho passaram por três times que já haviam sido campeões. Nas oitavas-de-final, sem sustos, superou o Atlético Nacional com duas vitórias: 2 a 1 em Medellín, e 1 a 0 no Maracanã.
Se passar de fase já foi um marco históricor, as vitórias sobre São Paulo e Boca Juniors, nas quartas-de-final e na semifinal, respectivamente, jamais sairão da cabeça do torcedor. Contra o Tricolor paulista, o time conquistou a classificação aos 48 minutos do segundo tempo, numa cabeçada de Washington que colocou 3 a 1 no placar do Maracanã. O Fluminense havia perdido a primeira partida por 1 a 0 e, depois de 40 anos, conseguiu bater o rival por dois gols de diferença na capital.
Contra o Boca, conseguiu um feito que só o Santos de Pelé havia conseguido: eliminar o gigante argentino da competição. Em Buenos Aires, um heróico 2 a 2. No Maracanã, um inesquecível 3 a 1 que fez as ruas do Rio de Janeiro virarem um mar de camisas tricolores.
- Eu já havia dito, antes da primeira partida, que seria uma decisão de cento e oitenta minutos. Os primeiros noventa já foram jogados, e eles ganharam com uma vantagem de dois gols. Agora faltam outros noventa, que podem virar cento e vinte. Temos a nosso favor a força da torcida do Fluminense, que sempre nos levou a grandes vitórias. Confio nos meus jogadores, na força do nosso grupo e não vamos deixar este título escapar – garante o técnico Renato Gaúcho, que conquistou a Libertadores como jogador, em 1983, pelo Grêmio, e poderá se tornar um dos grandes nomes da história do Fluminense caso venha a conquistar mais um título pelo clube. Renato conquistou em campo o épico Carioca de 95, e como técnico a Copa do Brasil de 2007.
O time que entra em campo é o mesmo que perdeu em Quito, com Washington no ataque (Dodô fica no banco de reservas e, mais uma vez, será opção para o segundo tempo). Para o Coração Valente, é mais uma chance de brilhar com a camisa do Flu, e num jogo daqueles.
- Sonho fazer o gol do título, mas se outro jogador marcar não tem problema (risos). O negócio é ser campeão - diz.
Equatorianos são ambiciosos
Mesmo podendo perder por um gol de diferença, a LDU chegou ao Brasil e se deparou com uma enxurrada de declarações otimistas dos tricolores. Prato cheio para palestras motivacionais, recortes de jornais no vestiário e motivação dobrada para se tornarem os primeiros equatorianos a conquistar a América
- Esta é a forma que o Renato tem para trabalhar, motivar seus jogadores. Nós, treinadores, temos sempre que incentivá-los. Eu também penso que temos condição de conquistar a taça e vamos buscar isso. O que garanto é que para nos tirarem esta Copa terão que nos matar - diz o treinador Edgardo Bauza, que descarta qualquer tipo de mistério e confirma a mesma equipe que venceu o jogo de ida. A única dúvida está na escalação do goleiro Cevallos, que se recupera de uma contratura e pode dar lugar a Viteri, também da seleção do Equador.
O treinador da LDU, que nasceu na Argentina, descarta marcação especial em algum rival e faz questão de enumerar as qualidades do Flu.
- Tenho que me preocupar com todos. É uma típica equipe brasileira, com muito equilíbrio, de muita criação. Com um Conca como grande aliado de Thiago Neves e muitas variações no ataque, com Washington, Dôdo ou até Cícero.
Entre os jogadores o discurso é parecido, no entanto com um sonho a mais: de colocar o nome definitivamente na história do futebol equatoriano.
- Nunca nenhum time do Equador esteve tão perto desta conquista. Temos que jogar com inteligência. Podemos entrar para a história e não morrer nunca mais. Se conquistarmos a copa seremos sempre lembrados por isso - projeta o capitão Urrutia.
Já o destaque do time, o ala Guerrón, é mais sucinto.
- Quero fazer história do Maracanã.
A LDU chegou ao jogo decisivo da Libertadores com cinco vitórias, cinco empates e três derrotas na competição. Marcando 20 gols e sofrendo 12.
Renato aprova a festa da torcida
Técnico assume a responsabilidade: ‘Eu que mandei eles entrarem’
Torcida faz festa nas Laranjeiras
A festa da torcida tricolor, num primeiro momento, irritou o coordenador de futebol Branco, mas não o técnico Renato Gaúcho, que assumiu a responsabilidade pela entrada de aproximadamente dois mil torcedores nas Laranjeiras na tarde desta terça-feira.
- Fui eu que autorizei a entrada da torcida porque ela nos passa uma energia muito grande, que vai ser importante para a gente nesta decisão. Eles sempre estiveram do nosso lado, sempre vieram aqui e incentivaram, e ninguém reclamou. Não seria agora, no maior jogo, que eu os deixaria de fora – disse Renato.
O treinador tricolor negou que haja clima de oba-oba nas Laranjeiras e ainda criticou quem tem este pensamento. Renato disse que espera poder voltar ao clube na quinta-feira para agradecer o apoio dela para a conquista do título.
Tricolores estão confiantes no título
- Se barrarmos a torcida, vão reclamar. Se deixamos entrar, é oba-oba. Não dá para entender isso. O torcedor passar carinho para o grupo não tem nada demais. Mas, quem não entende de futebol pode falar o que quiser. Eu já tive técnico que não passou confiança para o grupo e perdemos o jogo. Eu tenho que passar mensagens positivas para o meu time, para a minha torcida, para o meu clube. Respeito a LDU, mas tenho que colocar meu grupo para cima, minha torcida para cima. Se o título nao vier, temos de ter a certeza que fizemos tudo. Este é o trabalho de um comandante. Se eu ficar aqui falando que é dificil, que não sei se vai dar, já vou estar preparando terreno para derrota, e eu nao penso em derrota, pois sou um vencedor – avisa o técnico.
O coordenador Branco, antes mesmo das declarações de Renato, já havia se convencido dos benefícios que a presença do torcedor trará e minimizou sua reclamação anterior, quando disse que havia muita gente, lembrando que isso poderia ser prejudicial como foi para a seleção na Copa de 2006.
- O carinho da torcida é importante. Eu só reclamei dos foguetes, pois acho que isso já é um pouco demais. Mas nada vai tirar o foco do grupo – disse Branco.
Mais de 60 mil mini-bandeiras serão distribuídas no Maracanã
Governo do Estado do Rio de Janeiro anuncia atrações especiais para receber a primeira final de Libertadores no Estádio Mário Filho
A torcida do Flu terá o reforço de mais 60 mil mini-bandeiras
Pela primeira vez na história, uma final de Taça Libertadores será disputada no Maracanã. Para recepcionar este fato inédito, o Governo do Estado do Rio de Janeiro anuncia uma grande festa para os torcedores que assistirão a decisão da Libertadores, entre Fluminense e LDU.
Os portões serão abertos às 18h, quase quatro horas antes do início da partida. E quem chegar cedo poderá assistir a várias atrações nos telões do estádio, dentre elas o filme “1958: o ano em que o mundo descobriu o Brasil”, do cineasta José Carlos Asbeg. Um vídeo preparado pelo Fluminense com depoimentos dos jogadores, e outro com os melhores lances do time até chegar à decisão também serão exibidos.
Serão distribuídas no acesso às cadeiras azuis, no segundo andar do Maracanã, 60 mil bandeirinhas no formato 25 x 16, nas cores do Fluminense, com a frase: “Maracanã 2008. Palco da final da Libertadores". Mais de 10 mil bolas coloridas também serão distribuídas na entrada das arquibancadas e o mascote do Fluminense, o Cartola, será o elemento surpresa da festa. Ele vai escolher alguns torcedores para receber um coração branco, simbolizando a emoção de estar torcendo na Libertadores.
Para as crianças haverá muitas brincadeiras nos acessos às arquibancadas e às cadeiras azuis. Pintura no rosto, chute a gol, escultura com bolas de encher, golden gol (com direito a medalha), foto animada, entre outras.
A Suderj, que admnistra o estádio, está preparando também, em parceria com a Associação dos Cronistas do Estado do Rio de Janeiro (ACERJ) uma grande recepção para os mais de 200 jornalistas estrangeiros que cobrirão o jogo. A recepção vai começar a partir das 10h da manhã, no Forte de Copacabana, onde os profissionais farão uma visita ao local. Em seguida, eles seguirão para o Corcovado. Um almoço de boas-vindas será oferecido pelo Fluminense em sua sede, nas Laranjeiras. De lá, os jornalistas irão para o Maracanã, onde farão o roteiro de visitação. Eles vão conhecer os bastidores do estádio, como a sala de aquecimento, Tribuna de Honra, a vista panorâmica do sexto andar, campo e terminarão na Tribuna de Imprensa, onde assistirão ao filme de José Carlos Asbeg, com direito a debate com o cineasta e um bate-papo com o único executivo vivo do Comitê da Copa da Suécia, Bengt Agren.
Após a exibição do filme, os jornalistas terão um encontro com os campeões mundiais da bola e da imprensa, no Espaço Armando Nogueira: Moacir Claudino (1958), Gerson (1970), Luiz Mendes e Fernando Calazans e Teixeira Heizer. O evento terminará com um show do músico Chico Salles.
Suderj indica uso do transporte público
A Suderj faz um apelo para que os torcedores utilizem transporte coletivo, já que o estacionamento da UERJ não estará funcionando e há somente 462 vagas disponíveis do Rio Rotativo, nas ruas próximas ao estádio. Não será permitido o estacionamento na Avenida Maracanã e nem no entorno do estádio.
Os torcedores que forem de carro terão a opção de estacionarem na estação do Metrô do Estácio, local de baldeação para a Linha 2 . Uma promoção garantirá que o estacionamento e o bilhete de ida e volta sairão por R$ 10. Os caronas também poderão usufruir da promoção. Eles pagarão pelo bilhete duplo R$ 4,20. O estacionamento possui 1.500 vagas e estará aberto do meio-dia até o último carro sair. O metrô funcionará até uma hora depois do término da partida.
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